22 de nov. de 2009

Argumentos.

Depois de um certo tempo, abro meus olhos, vejo o sol entrar pela janela, mas o topor não me entra pelas narinas.
Desperto.
Sorrio. Estou feliz.
Tenho bons amigos, e bons argumentos.
A vida é generosa comigo.
Do que reclamar, então?
Um amor que não deu certo, apesar de termos nos dado por inteiro?
Um emprego que se foi, uma promoção que nunca veio?
Uma nota não tão boa, um trabalho não tão bem feito?
Talvez estejamos fazendo tudo errado, então.
Quem sabe se nos dedicassemos com o mesmo empenho do amor aos estudos ou ao emprego e tratássemos esse amor com um pouco de displicência.
As coisas têm o seu devido lugar, nós bagunçamos tudo.
Se formos Romeus-Baratos, não somos menos amantes, menos apaixonados.
Conseguimos um rubor nas faces, um sorriso tímido e temos coragem de seguir em frente.
Ela é uma graça. E se num levar a lugar algum, ainda temos bons amigos, e bons argumentos.
Não sei se quero que dê em alguma coisa, não sei se ela quer, e acho que assim está muito bom.
Querer demais dá problemas demais.
Agora, exatamente agora, queria só estar perto, que nem a música: "Sem se tocar os olhos vão se encontrar e se perder. Eu e você, assim de perto dá pra eu me perder de vez nas suas tintas, me de uma noite e um pouco da manhã, só pra eu sacar se os olhos mudam de cor."
E depois?
Depois é depois.
Ela me traz certa paz. Uma paz que eu só tenho comigo.
Ela me faz lembrar o quanto é bom eu ser eu e terminar em mim, e ela começar nela, e ser uma graça.


E agora curto o sol, que entra da janela. Com um sorriso, bons amigos. E uma graça.
Meus melhores argumentos.

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